21 de junho de 2013

 Exposição de Bitografias desvenda lugares de leitura


“Luzes, apropriações, limites, fugas” é a exposição que está patente no primeiro piso da Biblioteca Municipal de Castelo Branco, até ao dia 30 de Agosto.

Esta mostra nasceu do programa Território Ebook da Fundação Germán Sanchez Ruipérez (Penaranda de Bracamonte - Espanha) e pretende indagar os lugares de leitura para leitores com idades entre 19 e 54 anos, a partir da perspetiva do criador José Ramón Alba. O projeto dá enfase aos lugares e sensações pelas quais transitam leitores jovens que caminham até à maturidade. Leitores que atravessam emoções, situações e esferas imprevistas num tempo turbulento.

Nesta exposição, luzes, apropriações, limites, fugas o autor, José Ramón Alba concretiza a sua procura como leitor e criador de quatro perspetivas. Nas palavras do autor “pouco na minha obra é claro e contundente, nítido, decisivo. A imprecisão, o desfoque, o ruído, o véu... são apenas uma alusão a uma duvida, ao sigilo, à prudência que mantenho  na busca sobre o que construo: o engano da experimentação”.

A exposição está dividida em quatro séries, com três bitografias cada uma: Luzes, Apropriações, Limites e Fugas. As bitografias (bit+fotografia) de José Ramón Alba mostram-nos sombras, flashes, ângulos que se esfumam e se completam na imaginação e não conseguimos apreende-los. Ou sim. É o jogo. Sombras que a luz provoca. De objetos. De pessoas. Da práxis e devaneio da leitura.

No catálogo podemos encontrar textos de escritores espanhóis que se inspiraram nas suas obras e onde nos deixam as suas impressões sobre a leitura. Ignífugo, de Irene Cisneros Abellán, En lugares donde nunca estuvimos, de Alexandro Pastor Bayo, Límites, de Javier López Clemente, Huida, de Elena Val Moreno e Outra piel de Maria Antonia Moreno. Acompanham-nos e revelam-nos os seus pensamentos nestas notas sobre um conceito híbrido de leitura, de José Ramón Alba. Relatos, artigos e até mesmo um poema, que desfrutaremos na íntegra no catálogo.

Nascido em Zaragoza em 1967, José Ramón Alba, é autodidata de formação contínua, desenvolve o seu trajeto em etapas de investigação e experimentação até se centrar num discurso de hibridação tecnológica a partir dos seus trabalhos de gravação na oficina do gravador Nemesio Mata. Aí inicia uma pesquisa que revê as possibilidades de uma visão partilhada entre os processo tecnológicos e as sensibilidades analógicas. Surge o conceito de bitografia numa clara alusão ao trabalho fotográfico a partir de um bit, uma combinação de zeros e uns que fomenta a investigação e o acaso como uma abertura conceptual imprescindível. Uma síntese da imagem digital que reflete o carácter expansivo da fotografia para além do registo. Criar ilusão de rutura entre a fotografia e o fotográfico… A leitura, fotográfica. A interpretação, infográfica. A conclusão, poligráfica.
 Expôs individual e coletivamente em Zaragoza, Huesca, Teruel, Córdoba, Barcelona, Puerto de la Cruz, Buenos Aires (Argentina) e Arequipa (Perú).



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Visita guiada 

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