“Luzes,
apropriações, limites, fugas” é a exposição que está patente no primeiro piso da
Biblioteca Municipal de Castelo Branco, até ao dia 30 de Agosto.
Esta mostra nasceu do programa
Território Ebook da Fundação Germán Sanchez Ruipérez (Penaranda de Bracamonte -
Espanha) e pretende indagar os lugares de leitura para leitores com idades
entre 19 e 54 anos, a partir da perspetiva do criador José Ramón Alba. O projeto dá enfase aos lugares e
sensações pelas quais transitam leitores jovens que caminham até à maturidade. Leitores
que atravessam emoções, situações e esferas imprevistas num tempo turbulento.
Nesta
exposição, luzes, apropriações, limites,
fugas o autor, José Ramón Alba concretiza a sua procura como leitor e
criador de quatro perspetivas. Nas palavras do autor “pouco na minha obra é
claro e contundente, nítido, decisivo. A imprecisão, o desfoque, o ruído, o
véu... são apenas uma alusão a uma duvida, ao sigilo, à prudência que
mantenho na busca sobre o que construo:
o engano da experimentação”.
A exposição está dividida em quatro
séries, com três bitografias cada uma: Luzes, Apropriações, Limites e Fugas. As
bitografias (bit+fotografia) de José Ramón Alba mostram-nos sombras, flashes, ângulos que se esfumam e
se completam na imaginação e não conseguimos apreende-los. Ou sim. É o jogo.
Sombras que a luz provoca. De objetos. De pessoas. Da práxis e devaneio da
leitura.
No
catálogo podemos encontrar textos de escritores espanhóis que se inspiraram nas
suas obras e onde nos deixam as suas impressões sobre a leitura.
Ignífugo, de Irene
Cisneros Abellán, En lugares donde nunca
estuvimos, de Alexandro Pastor Bayo, Límites,
de Javier López Clemente, Huida, de
Elena Val Moreno e Outra piel de
Maria Antonia Moreno. Acompanham-nos e revelam-nos os seus pensamentos nestas
notas sobre um conceito híbrido de leitura, de José Ramón Alba. Relatos,
artigos e até mesmo um poema, que desfrutaremos na íntegra no catálogo.
Nascido em Zaragoza em 1967, José
Ramón Alba, é autodidata de formação contínua, desenvolve o seu trajeto em
etapas de investigação e experimentação até se centrar num discurso de
hibridação tecnológica a partir dos seus trabalhos de gravação na oficina do
gravador Nemesio Mata. Aí inicia uma pesquisa que revê as possibilidades de uma
visão partilhada entre os processo tecnológicos e as sensibilidades analógicas.
Surge o conceito de bitografia numa clara alusão ao trabalho fotográfico a
partir de um bit, uma combinação de zeros e uns que fomenta a investigação e o
acaso como uma abertura conceptual imprescindível. Uma síntese da imagem
digital que reflete o carácter expansivo da fotografia para além do registo. Criar
ilusão de rutura entre a fotografia e o fotográfico… A leitura, fotográfica.
A interpretação, infográfica. A conclusão, poligráfica.
Expôs individual e coletivamente em
Zaragoza, Huesca, Teruel, Córdoba, Barcelona, Puerto de la Cruz, Buenos Aires
(Argentina) e Arequipa (Perú).
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Visita guiada |
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