Mostra cedida pelas Bibliotecas Municipais de Lisboa
Patente até dia 4 de Abril | 1º piso da BMCB
O Estado
Novo, à semelhança das ditaduras nazi e fascista, instaladas na Europa nos anos
30, abordou a questão da mulher como uma questão de estado. O Programa, o
discurso e as práticas relativas à formação de uma elite feminina e à
organização e mobilização das mulheres manifestam o empenho ideológico do
regime no género.
A Obra das
Mães para a Educação Nacional (OMEN), a Mocidade Portuguesa Feminina (MPF) e o
Movimento Nacional Feminino (MNF), em contextos diversos, constituíram frentes
fundamentais do regime. As primeiras no processo de consolidação, a última no
esforço de apoio psicológico à guerra colonial que prenuncia a agonia do Estado
Novo.
Através de
todas elas, o protagonismo feminino surge associado à função sagrada da
maternidade, cuja simbologia é a bandeira do regime erguida contra o feminismo
e a emancipação, obsessivamente combatidos, ao mesmo nível que a democracia.
Está ainda por estudar a dimensão do investimento ideológico e político do
Estado novo através do género feminino. Este texto constitui uma abordagem para
história que urge fazer. No mesmo processo em que vamos fazendo outra história.
Da nossa liberdade.
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